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Alice Viana Secretaria Estadual de Administração |
“Temos uma reunião marcada para sexta-feira (28). Estamos em
processo de negociação transcorrendo normalmente, inclusive sob a
mediação do Tribunal de Justiça. Não há justificativa para o ato de
violência do Sindicato de invadir um prédio público enquanto
trabalhadores estão em suas atividades, uma atitude que coloca em risco o
patrimônio público e a vida dos servidores”, reiterou a secretária de
Estado de Administração, Alice Viana, na tarde desta quarta-feira (26),
na coletiva concedida à imprensa na sede da Procuradoria Geral do Estado
(PGE). A secretária falou sobre a invasão à sede da Secretaria de
Estado de Administração (Sead), na manhã de hoje, por integrantes do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp).
Para o procurador geral do Estado, Caio de Azevedo Trindade, também
presente à coletiva, houve outro motivo para o ato, uma vez que o
governo sempre esteve disposto a negociar. “Nós estamos abertos à
negociação em juízo. Fora dele, sempre que o Sindicato nos procurou, as
reuniões e as audiências ocorreram. Então, só podemos acreditar que esse
ato de hoje não tem nada a ver com a negociação da greve, e teve outros
interesses”, avaliou.
A invasão do prédio da Sead
aconteceu por volta das 12h desta quarta-feira. A sede da Secretaria foi
ocupada pelos manifestantes, que foram até o local reivindicar um
encontro com uma comissão de negociação, sem qualquer solicitação
prévia. A ocupação, mesmo sendo pacífica, gerou tumulto nos corredores e
impediu que os funcionários continuassem a trabalhar.
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Caio Trindade (Procurador) |
Um pequeno grupamento policial foi mantido no local apenas para
garantir a integridade do patrimônio público. “A gente reafirma que vai
ficar aqui enquanto não houver uma sinalização para a negociação final.
Nós não vamos desocupar o prédio; a greve continua”, afirmou Willians
Silva, coordenador do Sintepp. Diante do impasse, o coronel PM Daniel
Mendes se reuniu com uma comissão dos manifestantes e transmitiu a
mensagem do governo do Estado, de que não haveria negociação sob
pressão. Em seguida, servidores e policiais se retiraram do prédio.
Cerca de 30 minutos depois, os manifestantes também deixaram o local.
Surpresa
- “O Estado apresentou uma segunda proposta, que atende integralmente
aos interesses do Sindicato, e esperávamos uma audiência para
sexta-feira, na qual o Sindicato traria de volta essa proposta, quando
hoje pela manhã fomos surpreendidos por esse ato de
violência”, ressaltou o titular da PGE. O procurador Caio Trindade
informou ainda que nesta quinta-feira (27) será avaliado se houve algum
prejuízo ao patrimônio do Estado, já que os servidores da Sead tiveram
problemas para desenvolver suas atividades no momento da ocupação.
A secretária Alice Viana informou que os servidores estavam trabalhando
para efetuar o pagamento da folha. “Amanhã será avaliada a tomada de
alguma medida judicial por conta da invasão”, acrescentou.
Questionados sobre a possibilidade de pagamento integral e imediato do
piso salarial aos profissionais de educação, Alice Viana esclareceu que
já foi demonstrado, inclusive pelo Dieese (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos)que o Estado não tem capacidade
financeira para o pagamento do piso.
Na folha de
setembro o governo pagou 30% do valor do piso nacional aos professores e
implantou o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), uma antiga
reivindicação da categoria. O governo do Estado tem se mostrado disposto
a acabar com a greve, inclusive assumindo o compromisso de pagar o piso
integral, mesmo que não sejam liberados recursos complementares do
Ministério da Educação (MEC).
Proposta
- Caso o MEC não efetue o repasse de R$ 66 milhões para integralizar o
pagamento do piso nacional aos profissionais do Pará, o que é uma
possibilidade remota segundo Alice Viana, o governo propôs pagar em até
12 vezes, a partir de janeiro de 2012, e ainda efetuar o pagamento
retroativo mediante decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e devolver
os valores dos dias descontados já no próximo contracheque, conforme
proposta apresentada na terça-feira (25), durante a audiência realizada
na 1ª Vara da Fazenda Pública, presidida pelo juiz Elder Lisboa Ferreira
da Costa.
“O governo tem total respeito pelos
professores do Estado e lamenta profundamente que medidas extremas como
essas sejam tomadas, prejudicando tanto professores, como alunos e
demais servidores que estão desenvolvendo suas atividades”, concluiu
Alice Viana.
Manuela Viana - Secom
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