Quem tem provas do malfeito dele sou eu', disse ministro sobre acusador.Ele participou de audiência de comissões na Câmara dos Deputados.
O ministro do Esporte,Orlando Silva,
reiterou nesta terça (18), durante audiência na Câmara, que não há
provas contra ele no caso da denúncia de que participou de um esquema de
desvio de verbas do programa Segundo Tempo, destinado a incentivar a
prática esportiva entre crianças e adolescentes.
Em entrevista nesta segunda no ministério, Silva havia dito que não há nem irão surgir provas contra ele. "Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso", disse na entrevista.
Em entrevista nesta segunda no ministério, Silva havia dito que não há nem irão surgir provas contra ele. "Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso", disse na entrevista.
O ministro compareceu a audiência conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e Turismo e Desporto da Câmara.
A participação do ministro na audiência foi antecipada em razão da
denúncia. A antecipação da audiência foi negociada por deputados do
PCdoB, partido do ministro.
Em reportagem publicada neste final de semana pela revista “Veja”, o
policial militar João Dias Ferreira, preso pela Polícia Civil de
Brasília em 2010, disse que Silva recebeu um pacote de dinheiro na
garagem do ministério, o que ele nega.
"Faça e prove o que diz. Até aqui, esse desqualificado não provou. Não
provou porque não tem provas. Quem tem provas do malfeito dele sou eu,
que estão aqui", disse o ministro, brandindo, sob os aplausos de
deputados, papeis do processo judicial ao qual João Dias Ferreira responde por suposto desvio de verba pública e enriquecimento ilícito.
OposiçãoAo mesmo tempo em que Silva falava na
audiência, Dias Ferreira se reuniu, em outra sala da Câmara, com
parlamentares da oposição. Pela manhã, alegando problemas de saúde, o PM
pediu o adiamento do depoimento que daria à Polícia Federal.
O deputado ACM Neto (DEM-BA) afirmou que, no depoimento aos
oposicionistas, que classificou como "estarrecedor", Dias apresentou
"provas materiais" contra o ministro. Líder do DEM, ACM Neto disse que
não faria nenhuma pergunta a Orlando Silva porque a audiência era um
"palanque armado" para que o ministro fizesse sua defesa. Segundo o
deputado, o acusador tinha de ser ouvido antes do ministro.
O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou que os partidos
de oposição apresentarão nesta quarta (19) requerimento para que João
Dias Ferreira seja ouvido na próxima quinta (20). "O que foi montado
hoje aqui foi uma defesa ampla e plena do ministro. Não se esclareceu
nada", disse Nogueira.
Durante a audiência, o deputado Vaz de Lima (PSDB-SP) sugeriu a criação
de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o
Ministério do Esporte e pediu a Orlando Silva que assinasse um
requerimento com essa finalidade, como forma de demonstrar inocência. O
ministro não assinou. "Não cabe a outro poder [Executivo] se imiscuir no
que compete ao outro poder [Legislativo], constranger os parlamentares
sobre essa matéria", justificou Silva.
'Interesse ferido'Orlando Silva afirmou que a
denúncia é a "reação de um interesse ferido". "Acusar alguém e não
provar é tribunal de exceção. Isso tangencia com o fascismo, tangencia
com o autoritarismo", afirmou aos deputados.
Na fala aos deputados, Orlando Silva rebateu a acusação de Dias
Ferreira, segundo a qual o ministro teria proposto um acordo para que
ele, Dias, não denunciasse as irregularidades.
Segundo o ministro, o policial militar teria feito “insinuações de
denúncia” às quais Silva disse que respondeu da seguinte maneira: "“Se
há o que denunciar, que faça, que prove ao Ministério Público, à
Justiça, á imprensa. Faça e prove o que diz”".
Orlando Silva também rejeitou a suspeita de que um suposto esquema de
desvio de verba no ministério atenderia a interesses do partido dele, o
PC do B. "É uma irresponsabilidade a segunda acusação de esquema
eleitoral para beneficiar meu partido, Quero rechaçar essa segunda
falácia”", afirmou. G1
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