Os professores têm feito atos e passeatas desde o início da greve
Em greve há 48 dias, os
professores da rede estadual programam, para as 9h desta quarta-feira
(16), um ato público, na Praça Santuário – Can, no bairro de Nazaré, em
Belém.
O Sindicato dos Trabalhadores de
Educação Pública do Estado (Sintepp) disse à reportagem do DOL que os
manifestantes devem fechar a avenida Nazaré durante o ato para chamar
atenção do poder público e da população para os motivos que levaram a
categoria a optar pela paralisação.
Na quinta-feira (17), os professores vão
realizar uma assembleia para definir os rumos da greve. A reunião será
às 9h, no Centro Social de Nazaré, no Can.
NEGOCIAÇÕES
As negociações ocorrem desde o início do
ano, a fim de garantir as melhorias que a categoria reivindica. O
secretário especial de Estado de Promoção Social, Nilson Pinto, explica
que, das reivindicações da classe, o governo já implantou o Plano de
Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), antiga luta dos trabalhadores, e
adiantou 30% da diferença existente entre o salário pago pelo Estado e o
Piso Nacional Docente, mas os professores exigem a implantação integral
do piso nacional, apesar de o Governo dizer que não possui verba para
isto.
Os grevistas descumprem sentença do juiz
Elder Lisboa, da 1ª Vara da Fazenda Pública, que determinou o retorno
imediato às salas de aula, sem prejudicar ainda mais a classe
estudantil. No entanto, a categoria resiste e exige a implantação
integral do piso nacional. As aulas na rede estadual de ensino já estão
normalizadas em quase 60% das escolas do Pará, segundo o levantamento
diário feito pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Enquanto Sintepp e Governo não chegam a
um acordo, os pais dos alunos falam da indignação em relação à falta de
aula que se arrasta desde o fim de setembro. Carlos Alberto Ferreira é
pai de Vitória, de 15, e de Matheus, que tem 13 anos. Ambos estão na 7ª
série do Ensino Médio e estudam na Escola Estadual Justo Chermont, no
bairro da Pedreira, em Belém.
Diante da postura irredutível dos
profissionais da educação em retomar as atividades, já determinada pela
Justiça, Carlos entrou com um processo contra a categoria na 1ª Vara da
Fazenda da capital pedindo o fim da greve, e no Ministério Público do
Estado, pelo direito constitucional ao patrimônio público e à educação,
solicitando a formulação de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para a
reposição das aulas perdidas.
“Todo ano é a mesma coisa. Eles entram
em greve e nunca repõem as aulas como deveriam. Eles (os professores)
fazem o protesto deles, voltam ao trabalho e passam as matérias de
qualquer jeito, só para aprovar os alunos. Assim os estudantes passam de
ano sem aprender nada”, relata. (DOL, com informações do Diário do
Pará)
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