A delegacia improvisada em Guamaré ainda tem esgoto a céu aberto, problemas na rede elétrica e falta de policiais.
Na cidade de Guamaré, a 165 quilômetros de Natal, a carceragem é improvisada. Um preso ajuda a tomar conta dos outros.
São 42 detentos, onde só deveriam estar 24. Homens e mulheres estão na mesma cela.
Segundo os presos, a segurança também é precária. “Aqui a gente não foge porque não quer. Porque a gente está aqui para pagar a pena da gente”, afirma Adriana Helena Souza Machado.
O responsável pela delegacia improvisada confirma. “A gente sempre está em reuniões, quinzenais e, às vezes, mensais, pedindo que eles não fujam, explicando que está próximo de sair os alvarás. Eles dependem de atestado nosso de conceito de conduta, e isso vai contribuindo para que eles desistam de uma possível fuga”, conta o subtenente Luiz Carlos de Souza, responsável pelo dest. de Guamaré.
Do lado de fora da cela, tem um buraco na parede. Outros já foram fechados com recursos dos próprios policiais e da comunidade. A delegacia improvisada ainda tem esgoto a céu aberto, problemas na rede elétrica e falta de policiais.
O PM Francisco Elton Bezerra é o único de plantão conta com a ajuda de um preso considerado de confiança para fazer a limpeza e organizar a visita dos familiares, mas conta que já houve momentos críticos: “Na delegacia é só um policial para atender ao boletim de ocorrências, além dos presos, toma conta da delegacia e também quando não há contato com policiais. O policial sai do local e vai atender a ocorrência que está necessitando”.
O problema do Sistema Prisional no Rio Grande do Norte se agravou com o pedido de demissão, há cerca de dois meses, do secretário de Justiça e Cidadania, responsável pelos presídios e centros de detenção provisória. O secretário de Segurança e Defesa Social, Aldair da Rocha, passou a acumular as duas pastas, mas disse estar atento e ordenou providências.
As providências tomadas foram: reforçar o policiamento no destacamento de Guamaré e transferir as presas mulheres para dois presídios, um em Mossoró e outro em Natal.
O governo do estado indicou o coronel comandante da Polícia Militar, Francisco Araújo para dar explicações. Olha o que ele disse:
“Foram retiradas as mulheres que estavam junto com os homens. Todas elas foram transferidas. Em alguns destacamentos da Polícia Militar existem presos que tem a guarda feita por policiais militares. Em vários destacamentos da Polícia Militar”. g1
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