No domingo (17), a greve dos
professores das universidades federais completará um mês. A
paralisação, que conta com a adesão de 51 instituições, afeta a rotina
dos estudantes que aguardam as negociações entre a categoria e o
governo federal para que o semestre letivo possa ser retomado e
concluído.
Os médicos do Hospital Universitário
João de Barros Barreto (HUJBB), localizado na capital paraense,
paralisaram suas atividades no último dia (12), em protesto contra a
Medida Provisória 568, que impõe redução de salários e aumenta a carga
horária dos médicos do serviço público federal.
Os 91 médicos do Barros Barreto são
vinculados à UFPA e se consideram os mais prejudicados pela Medida
Provisória, a qual também afeta o adicional de insalubridade pago aos
médicos, fixando em um teto máximo de R$ 260,00, quando atualmente é
fixada em percentuais que variam de 10% a 40%.
No caso dos docentes a principal
reivindicação é a revisão do plano de carreira. Em acordo firmado no
ano passado, o governo prometeu um reajuste de 4%, a incorporação de
parte das gratificações e a revisão do plano para 2013. Os dois
primeiros pontos já foram atendidos, mas não houve avanço na revisão da
carreira. Uma nova rodada de negociação está marcada para terça-feira
(19).
Aluna do curso de relações
internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Raphaella Pinheiro,
de 19 anos, disse que a maioria das matérias parou completamente. “Tem
professor que está passando exercício pela internet para a gente
resolver, têm outros que vão encurtar o semestre na volta e a gente vai
fazer a prova mais rápido. Outros vão considerar a matéria como dada,
porque quando a greve começou 75% das aulas já tinham ocorrido. Outros
vão repor tudo. Cada um vai fazer do jeito que quiser”, reclama.
Não só os alunos são afetados pela
paralisação. A queda no movimento preocupa também quem trabalha nas
universidades, como é o caso da Edilma Queiroz, dona da banca de
jornais da UnB, que conta que nesta semana o movimento já caiu 90% em
relação ao fluxo normal. “O impacto é total porque a gente tem que
pagar todos os impostos, o aluguel, todos os encargos que a
universidade também não abre mão, independentemente da greve. E a gente
não sabe quando essa greve vai acabar”, diz.
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