Nas eleições de 2014, as redes sociais terão uma importância maior do que em qualquer ano anterior, previu no início do ano, professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-doutor em Teoria Política Moderna pelo Massachussets Institute of Technology (MIT), Leonardo Avritzer. O cientista político só não sabia prever exatamente o impacto desta influência. O uso das redes sociais por candidatos para se promoverem está sendo acompanhado de forma moderada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com o TSE, partidos e candidatos não podem pagar para veicular propaganda das respectivas candidaturas no Facebook. Para os eleitores, deve prevalecer a liberdade de expressão: interferências da Justiça só são admitidas quando houver ofensa à honra ou divulgação de informação falsa sobre um candidato.
Estas são as únicas restrições da Justiça Eleitoral à campanha em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram. A flexibilidade é bem maior que nas redes de rádio e televisão, que têm regras bastante rígidas de propaganda política. A decisão foi tomada por unanimidade no plenário do TSE.
Todos os onze candidatos à Presidência da República estão presentes no Facebook. Juntas, as páginas dos três candidatos com mais intenções de votos -Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e agora Marina Silva (PSB), respectivamente - têm 2,9 milhões de seguidores.
CURTIDAS
CURTIDAS
No Pará, apenas o candidato Marco Antonio Nascimento (PCB) não tem perfil específico de sua candidatura no Facebook. Helder Barbalho (PMDB) e Simão Jatene (PSDB) repaginaram seus perfis na rede mundial e chegam a postar até mais de dez informações diferentes ao longo do dia.
Helder é quem lidera em número de “curtidas”. Soma mais de 48,3 mil seguidores. A divulgação de sua Fanpage é feita de forma dinâmica, com textos curtos, muita arte, cores e fotografias. Simão Jatene tem 22.900 curtidas e optou por um estilo mais tradicional, usando textos mais longos para descrever seus pensamentos sobre o Pará e suas propostas. Elton Braga (PRTB) manteve seu perfil (que aceita limite máximo de cinco “amigos”) e não tem ainda uma Fanpage. Marco Carrera (PSol) e Zé Carlos (PV) também mantiveram seus perfis pessoais.
CELULARES NA RETA FINAL
CELULARES NA RETA FINAL
Graças à popularização dos smartphones, um contingente inédito de pessoas vem buscando interagir com seus candidatos, tanto os majoritários quanto os proporcionais que são maioria nas redes, principalmente no Facebook. É difícil encontrar um candidato aos cargos de deputado federal ou estadual no Pará que não tenha um perfil ou mesmo uma Fanpage no Facebook. Para os eleitores conectados é a forma mais rápida e instantânea de interagir com a discussão política, compartilhando ou contestando mensagens.
Mas os especialistas alertam: sai na frente quem tiver a capacidade de produzir conteúdo específico para cada plataforma e não ficar usando as redes sociais apenas para replicar materiais publicados em outras mídias, como rádio e TV.
A novidade nesta campanha é o uso do WhatsApp, que está sendo popularmente chamado no Brasil de “Zap Zap”. O aplicativo tem capacidade instantânea de mobilizar a militância, disseminar denúncias contra adversários ou se defender delas.
O professor de Marketing da Fundação Getúlio Vargas, José Mauro Gonçalves Nunes, avalia que o WhatsApp será usado mais intensivamente na reta final da campanha, em especial para atacar adversários e se defender de denúncias. Ele alerta que é preciso tomar cuidado para não ser invasivo.
Ele afirma ainda que o Facebook “é muito importante para atingir o público jovem e o público formador de opinião”.
Nunes destaca que com o aumento do acesso à internet via celular há um enorme campo de experimentação do marketing digital. Para ele, os candidatos devem dar prioridade à montagem de uma força-tarefa para se dedicar ao ambiente digital, com ações voltadas para conteúdo, monitoramento e respostas. “É preciso não só oferecer conteúdo, mas também responder às críticas”, avisa.
Segundo especialistas e estudiosos da área, esta será a primeira campanha em que as mídias sociais irão interferir diretamente no comportamento do eleitor, mas isso não significa, necessariamente, mudanças na escolha do candidato.
Nesse cenário das possibilidades digitais, é importante também saber quais as mídias preferidas pelos usuários brasileiros. O Facebook ainda lidera o promissor mercado, mas o You Tube avança no segmento e ganha no quesito de tempo médio de visitas.
Outro ponto essencial para a relação entre candidato e eleitor na web, é saber como agir e criar boas relações no ambiente virtual. Para isso, a reportagem do Diário do Pará fez um quadro comrecomendações para uso em todas as mídias sociais, além de quadros para boa utilização do Facebook e do aplicativo Whatsapp.
(Diário do Pará)
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