domingo, 27 de março de 2011

População Revoltada quebra Prédios Publicos em Curralinho

Um relatório da Controladoria Geral da União no município de Curralinho, Ilha do Marajó, que atribui despesas sem comprovação na ordem de R$ 9,7 milhões, levou vereadores de oposição ao prefeito Miguel Santa Maria (PSDB) a entrarem com pedido de investigação para verificar o fato. Contudo, a solicitação foi rejeitada pela maioria dos vereadores, após votação, o que provocou uma onda de violência sem precedentes na história do município.

Revoltados, cerca de quinhentos moradores que acompanhavam a sessão na praça da cidade, nas proximidades da Câmara Municipal, iniciaram um quebra-quebra que atingiu os prédios da Câmara, a sede da prefeitura municipal e as secretarias de saúde e educação.
A revolta popular começou quando vereadores da base de sustentação ao prefeito rejeitaram o pedido encabeçado pelos vereadores Paulo Ronaldo Cardoso (PMDB), Ednaldo Ribeiro (Ratinho do PV) e Márcio Baratinha (PT ). Os votos contrários à investigação foram dos vereadores Eloy Azevedo, Paulo Silva, Walter Oeiras, Davi Quaresma e Janil Macedo - este último teria sido apedrejado pela população ao sair do prédio sem a presença de escolta policial.

“O que deveríamos fazer era, apenas, ouvir o clamor do povo e atender ao pedido do Vereador, de que a investigação fosse aberta”, disse Jair Reis, Presidente da Câmara de Vereadores de Curralinho. Porém o parlamentar acredita que, tendo ciência da possibilidade de comprovação das denúncias - e que isso levasse à cassação do Prefeito - teria sido mobilizada uma frente de parlamentares para barra a investigação.
Considerado um dos municípios mais pobres da Ilha do Marajó e com uma população de 20.016 habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2000, Curralinho foi manchete nacional depois que a Controladoria Geral da União detectou despesas feitas sem comprovação documental, uso de notas fiscais falsas e uma grande variedade de fraudes sem licitações.

De acordo com a CGU, a prefeitura de Curralinho se recusou a apresentar os documentos solicitados pelo órgão, sendo preciso recorrer ao Ministério Público Federal, e este à Justiça, que determinou a busca e apreensão do material. Mesmo assim, diversos documentos necessários à fiscalização não foram localizados.
A equipe da CGU identificou várias despesas efetuadas pela prefeitura com recursos federais sem a devida documentação comprobatória. Em relação a recursos repassados pelo Ministério da Educação em 2009 e 2010, a prefeitura não comprovou despesas no valor de R$ 8 milhões.

Já em relação aos recursos repassados pelo Ministério da Saúde para Curralinho no mesmo período, a prefeitura efetuou saques no valor total de R$ 1,7 milhão, sem comprovar o destino dado ao dinheiro e sem nenhuma explicação do prefeito Miguel Santa Maria.
Informações do município dão conta que o vereador Davi Quaresma estaria em situação irregular na Câmara Municipal de Curralinho. Ele ocupava o lugar do vereador licenciado Manuel Andrade, que estaria de volta ao poder legislativo, mas não compareceu à sessão. Segundo o vereador Ednaldo Ribeiro, o Ratinho do PV, o prefeito e sua vice não estariam no município.


Fonte: Diario do Pará 

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