segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Itupiranga e Marabá alcançam o topo da violência

Itupiranga e Marabá lideram a lista das cidades mais inseguras do Brasil. É o que aponta o ranking do Mapa da Violência 2011, do governo federal, conforme dados de 2008. Em Itupiranga, localizada a 55 km de Marabá, são 160,6 homicídios por 100 mil habitantes. As informações são do site G1.
As duas cidades paraenses, em destaque no Brasil pela violência, estão localizadas na região em que pode ser definida a criação do estado de Carajás, caso o Pará seja dividido. A maior parte das mortes na região é motivada por rixas, vinganças ou desentendimentos banais. As polícias Civil e Militar alegam que a grande distância dos vilarejos e o efetivo reduzido dificultam o combate à criminalidade no local.
“Temos povoados, como Cruzeiro do Sul, que ficam a 200 quilômetros da área", disse o capitão Kojak Antônio da Silva Santos à reportagem do G1. Ele ficou responsável pelo policiamento da cidade em julho deste ano. São 33 homens da PM para toda a cidade, sendo que dois grupos de 4 ficam lotados especificamente em duas comunidades. Na delegacia, um delegado, dois investigadores e um escrivão se revezam no atendimento.
Em Marabá, a situação é semelhante. Segundo o Mapa da Violência, ocorrem aproximadamente 125 homicídios para cada 100 mil habitantes no município. Pelos cálculos do tenente-coronel José Sebastião Valente Monteiro Junior, que comanda o batalhão responsável por nove cidades da área, há em média um policial para cada 1.500 habitantes na região. Segundo ele, há 586 PMs à disposição, mas sua unidade deveria ter 1.022. Em alguns bairros, como o Cidade Nova, o número chega a um PM por 1.875 moradores, afirmou à reportagem do G1. O recomendado pela ONU é um policial para cada 250 habitantes.
INSEGURANÇA
A população vive com medo. “Dias depois de meu filho morrer mataram outro homem, de família rica, e acham que temos ligação com isso. O medo para nós é tanto que nem fui atrás ver quem tinha matado meu filho", disse um pescador ao G1. Ele fez um empréstimo no banco para deixar a cidade. "Além da violência, não tem emprego, não tem saúde", disse ao G1 o pescador José Francisco da Silva, de 41 anos.
O delegado Vinicius Cardoso das Neves explica que a maioria dos assassinatos não está mais ligada a brigas latifundiárias, como nas décadas de 80 e 90. Hoje, o tráfico de drogas é o principal causador de assassinatos na cidade, principalmente no bairro Caveirinha, próximo ao cemitério local. Dívidas ou motivos fúteis, como traição, também geram crimes violentos.
SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA
Com o alto índice de denúncias e prisões na região, a carceragem não suporta mais a demanda. Um quarto de cerca de 2 metros de largura por 2 de comprimento abriga 8 presos. Alguns já estão presos há quase cinco meses, aguardando transferência ou outras providências pelos crimes de estupro, tentativa de homicídio, tráfico e roubo. À reportagem do G1, todos alegaram inocência. Um dos suspeitos, denunciado pela esposa, é acusado de estuprar a enteada de 12 anos.
“Muitas pessoas migram para cá para buscar emprego, dinheiro, e não têm vínculo com a terra. Quando se envolvem em algo, eles somem. O povo os conhece apenas por apelidos, é o Zé Branco, o João do Pulo. Fica difícil a identificação e, quando o juiz expede o mandado de prisão, não conseguimos localizar. Já foram embora”, explicou o delegado ao G1. (DOL)

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