quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sebos tentam resistir à modernidade


Sebos tentam resistir à modernidade (Foto: Ney Marcondes)
Há 8 anos,Francisco Assunção trocou a banca de bombons pelos livros (Foto: Ney Marcondes)

Em meio aos prédios modernos que se alastram pela cidade, ao fluxo cada vez mais intenso de veículos e às publicidades tecnológicas que tomam conta das esquinas de Belém, alguns espaços preservam o ritmo desacelerado de décadas atrás.
Oferecendo objetos antigos, muitas vezes desprezados pelos habitantes da cidade, eles convidam os visitantes a resistir, por alguns minutos, à modernidade e reviver antigas tradições. No ritual da procura, escolha e leitura de um bom livro, estão histórias de quem descobriu a paixão pela leitura e apostou num comércio que, garantem, nunca cessará.
Na avenida Antonio Baena, esquina com a Almirante Barroso, pilhas de aproximadamente 2 metros de altura roubam a atenção dos transeuntes. Há oito anos Francisco Assunção trocou a banca de bombons por uma barraca cheia de livros e a organizou de forma, no mínimo, peculiar. Os primeiros exemplares vendidos foram 20 revistas Veja encontradas na lata de lixo. “Tirei de lá e rápido vendi todas. Percebi então que era um negócio que podia dar certo e até deu, porque eu não quis mais outra coisa”, diz. A maioria dos livros vem de doações.
Aberto de segunda a sábado, de 10h às 20h, ele cuida do material. Quando chove ele cobre todos os exemplares como uma lona, a mesma que ele utiliza para indicar que o local está “fechado”.
Num carrinho de supermercado ele leva todos os dias sucos e águas para vender também aos clientes, que além de livros acham também pôsteres e fitas VHS numa das pilhas. “Aqui a gente ganha a tecnologia pelo preço e porque sempre encontramos algo especial”, comenta. (Dol)

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