
Há 8 anos,Francisco Assunção trocou a banca de bombons pelos livros (Foto: Ney Marcondes)
Em meio aos prédios modernos que
se alastram pela cidade, ao fluxo cada vez mais intenso de veículos e
às publicidades tecnológicas que tomam conta das esquinas de Belém,
alguns espaços preservam o ritmo desacelerado de décadas atrás.
Oferecendo objetos antigos, muitas vezes
desprezados pelos habitantes da cidade, eles convidam os visitantes a
resistir, por alguns minutos, à modernidade e reviver antigas tradições.
No ritual da procura, escolha e leitura de um bom livro, estão
histórias de quem descobriu a paixão pela leitura e apostou num comércio
que, garantem, nunca cessará.
Na avenida Antonio Baena, esquina com a
Almirante Barroso, pilhas de aproximadamente 2 metros de altura roubam a
atenção dos transeuntes. Há oito anos Francisco Assunção trocou a banca
de bombons por uma barraca cheia de livros e a organizou de forma, no
mínimo, peculiar. Os primeiros exemplares vendidos foram 20 revistas
Veja encontradas na lata de lixo. “Tirei de lá e rápido vendi todas.
Percebi então que era um negócio que podia dar certo e até deu, porque
eu não quis mais outra coisa”, diz. A maioria dos livros vem de doações.
Aberto de segunda a sábado, de 10h às
20h, ele cuida do material. Quando chove ele cobre todos os exemplares
como uma lona, a mesma que ele utiliza para indicar que o local está
“fechado”.
Num carrinho de supermercado ele leva
todos os dias sucos e águas para vender também aos clientes, que além de
livros acham também pôsteres e fitas VHS numa das pilhas. “Aqui a gente
ganha a tecnologia pelo preço e porque sempre encontramos algo
especial”, comenta. (Dol)
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