terça-feira, 1 de novembro de 2011

Técnicos avaliam fazendas na Serra das Andorinhas

Representantes do Governo do Estado do Pará estiveram, no final de outubro, em duas fazendas no município de São Geraldo do Araguaia e Piçarra para uma série de vistorias, com o objetivo de obter áreas para abrigar famílias que ocupam o Parque Estadual Serra das Andorinhas/Martírios (Pesam). As duas propriedades foram indicadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Sintraf).
A equipe formada pelo diretor de Áreas Protegidas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Paulo Altieri; pelo coordenador de georreferenciamento e cadastro de imóveis rurais do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Robson Carrera; pela gerente interina do Pesam, Fernanda Cunha; e pelo coordenador do Sintraf, Eudécio Rego, avaliou as características das terras – no âmbito da agricultura e pecuária – de acordo com a tradição das famílias a serem remanejadas.
Em reunião com os proprietários das fazendas, o diretor de Áreas Protegidas da Sema, Paulo Altieri, destacou o objetivo de encerrar essa demanda, que já dura mais de 15 anos, desde quando foi criado o Parque Serra das Andorinhas, em 1996, no município de São Geraldo do Araguaia. “Precisamos encontrar áreas adequadas para remanejar as famílias”, explicou Altieri.“O proprietário do imóvel deve ter o Título Definitivo da propriedade para aquisição por parte do Estado”, lembrou o coordenador do Iterpa. O próximo passo do processo é contatar a Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças do Pará (Sepof) e a Procuradoria Geral do Estado para o procedimento burocrático de obtenção da área rural. O sindicalista Eudécio Rego reconhece o trabalho dos gestores do governo. “Se o processo continuar avançando dessa forma será bem mais rápido do que pensamos. Os técnicos estão com força de vontade”, disse.
Andorinhas/Martírios - A Serra das Andorinhas apresenta uma área de 60 mil hectares e possui um dos mais ricos ecossistemas do Brasil, grande diversidade biológica, cavidades geológicas e foi habitada por povos cuja cultura ficou marcada em pinturas deixadas em sítios arqueológicos que atraem a atividade turística. O local também é histórico por ter sido palco, na primeira metade dos anos 1970, de despejo de exterminados na Guerrilha do Araguaia, que resultou o nome Serra dos Martírios.
A criação do Parque Estadual Serra das Andorinhas/Martírios tem amparo legal na Lei nº 5.982, de 25 de julho de 1996, objetiva a preservação de ecossistemas naturais e belezas cênicas. De acordo com os levantamentos, a área tem 26 cavernas, 36 grutas, uma fenda, 80 sítios arqueológicos, 150 pinturas rupestres, mais de cinco mil gravuras e 28 cachoeiras, entre outros atrativos. Na área biológica são mais de 500 espécies herbáceas e arbustivas e em torno de 150 arbóreas, 80 orquídeas e 38 espécies medicinais.
Aproximadamente 532 espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes representam a fauna do local e constatou-se 16 populações dessa fauna e três da flora como ameaçadas de extinção, de acordo com a lista oficial brasileira. Pretende-se conciliar a proteção integral com a utilização para fins científicos, culturais, educacionais recreativos e turísticos. (Agência Pará)

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