quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Bebês siameses de Alenquer não resistem

Os bebês siameses que nasceram na última segunda-feira, colados pelo abdômen, em Alenquer, oeste do Pará, morreram na madrugada de ontem, ainda em um dos leitos do Hospital Santo Antônio. Os gêmeos seriam transferidos na manhã de ontem em um voo comercial, que partiria de Santarém, para serem submetidos a procedimentos cirúrgicos na Santa Casa de Misericórdia, em Belém.
De acordo com o boletim médico do Hospital Santo Antônio, o primeiro bebê morreu por volta de 3h34 e o segundo faleceu às 3h38. A causa da morte ainda não foi informada.
A mãe dos gêmeos, Neudiana Abreu Correa, de 26 anos, lamentou a morte dos filhos. Ela justifica que por morar distante do centro de Alenquer, na Comunidade de Auto dos Ferreiras, teve dificuldades para realizar os exames de pré-natal, durante o período de gestação.
Ela confirmou que faltou a alguns exames, retornando ao Hospital Santo Antônio somente quando já estava em trabalho de parto.
O médico Ronaldo Rabelo, que fez o parto dos bebês em uma cirurgia que durou duas horas, declarou à imprensa que não sabia que se tratava de um caso complexo, de bebês siameses.
EXPECTATIVA
A Santa Casa já estava a postos para a chegada dos gêmeos, que nasceram unidos pelo abdômen e tórax, mas não dividiam órgãos internos.
Na avaliação da equipe médica que acompanhava o caso, a esperança de êxito em uma cirurgia de separação era grande. Em matéria publicada na edição de ontem do DIÁRIO, a secretária de Saúde de Alenquer, Socorro Damasceno, garantiu que o estado de saúde das crianças era bom e estável.
Mas segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) divulgou ontem em nota, a partir de informação da Secretaria Municipal de Saúde de Alenquer, “o laudo aponta que os bebês nasceram cianóticos (com baixo nível de oxigênio no sangue) e dispnéicos (com dificuldade de respirar), sendo mantidos em oxigênio desde o nascimento.”
Estava reservado para os pacientes uma ala de isolamento na Santa Casa de Misericórdia do Pará com o intuito de garantir a privacidade da família. Se fosse constatada a possibilidade de cirurgia de separação de corpos dos siameses, o procedimento seria realizado na própria Santa Casa.
SIAMESES DE ANAJÁS
Há pouco mais de um mês, foi registrado um outro nascimento de gêmeos siameses no Pará. Os irmãos Jesus e Emanuel nasceram em um hospital no município de Anajás, na ilha do Marajó, em dezembro.
Atualmente, eles seguem internados na Santa Casa, em Belém, e seu quadro é considerado estável pelos médicos. Desde odia 10 de janeiro, as crianças respiram sem aparelhos e já são amamentadas pela mãe.
Os bebês dividem um tronco e exames mostraram que eles têm duas colunas e um único coração, mas que os órgãos funcionam perfeitamente. Por terem um único coração, os médicos descartam no momento a possibilidade de uma cirurgia de separação.
Os gêmeos siameses de Anajás são filhos de uma mulher de 23 anos e que já tinha outros três filhos. De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde de Anajás, na ocasião do nascimento, a mãe das crianças não foi submetida a ultrassom, porque na cidade não há o aparelho.
Em média, um caso de gêmeos siameses ocorre a cada cem mil nascimentos.















(Diário do Pará)

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