terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Parlamentares avaliam resultado do plebiscito

Para uns, a paz, para outros, a batalha. Este pode ter sido o resultado do plebiscito, que somente o tempo poderá curar. Entre políticos paraenses, as opiniões são colocadas de acordo com a tendência seguida por cada um deles. Para o deputado federal Giovanni Queiróz (PDT), a batalha ainda não terminou. Ele informa que vai apresentar um projeto propondo a realização de um novo plebiscito daqui a dois anos. Elcione Barbalho prega a união e a responsabilidade dos entes envolvidos. Já Flexa Ribeiro responsabiliza o governo federal pelo abandono do Estado.
Na opinião de Giovanni, quem perde com a rejeição à divisão do Estado é o povo. “Lamento que a maioria do povo tenha acreditado nos outros argumentos. Na verdade, o Pará é um dos piores estados em todas as análises de índices da economia e do desenvolvimento social. Essa derrota deve-se a um grupo medíocre de políticos do norte do Estado, que pensa pequeno”, disse.
Segundo ele, o apoio dos meios de comunicação do Estado e a máquina pública favoreceram as campanhas pelo “não”. “Foi um mês de campanha para o ‘sim’, e nove meses para o ‘não’, que usou de toda máquina, de todo meio de comunicação desde o início do ano”, afirmou. “Lutaram pelo não sem nenhuma razão de ser. O nosso povo é muito humilde e não pôde avaliar o massacre que sofreram”, analisou, inconformado.
UNIÃO
Para a deputada Elcione Barbalho, o momento agora é de lutar para que todos os problemas levantados durante a campanha para o plebiscito sejam objeto de analise e reflexão dos paraenses. “Agora é o momento de cada um assumir suas responsabilidades, de cada um fazer a sua parte por um Pará unido. Caberá a nós, parlamentares da bancada federal, lutarmos para encontrar alternativas para suprir as perdas absurdas da famigerada Lei Kandir. Ao governo do Estado, caberá adotar medidas para acabar com o isolamento político, econômico e social das regiões que votaram maciçamente pela divisão”.
O senador Flexa Ribeiro também pondera sobre a união de esforços. “O resultado do plebiscito no Pará deve ser, sobretudo, compreendido por todos. O Pará deve agora unir forças, levantar novas bandeiras, em conjunto. O plebiscito disse mais que um monossilábico “não”. O Pará afirmou que não precisa ser dividido. Porém, precisa com urgência ser reconhecido pela União”.
Segundo ele, o “não” à divisão foi na verdade um sim à necessidade de rever o Pacto Federativo Brasileiro. “Isto precisa ser encarado pelo governo federal”, disse. “A União deve compreender que o ‘separatismo’ não surge apenas pela intenção de lideranças políticas, mas sim da ausência de apoio do governo federal aos estados. Ao invés de apontar o dedo, o Brasil deve estender a mão a estas regiões que clamam por mais serviços básicos”, afirmou Flexa.
“Que o plebiscito tenha sido um marco na história do país, fazendo com que a União reconheça as suas obrigações. Entre elas, a regulamentação da Lei Kandir, que penaliza os Estados exportadores - como o Pará - com perda aproximada de R$1,5 bilhão/ano. Essa sim deve ser a bandeira de todos os paraenses”, completou.

(Diário do Pará)

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