Um dia depois de sacramentada nas urnas a derrota do SIM, a população da cidade de Marabá amanheceu como se não houvesse ocorrido no domingo uma votação histórica para o município. Embora as conversas de esquina ainda tivessem o Plebiscito como tema, pouca coisa fazia lembrar a votação do fim de semana. Mesmo a carreata prometida, independente do resultado das urnas, não ocorreu.
A segunda-feira foi dia de reunião e avaliação, tanto da frente que liderou oficialmente a campanha do SIM como da Comissão Brandão, o movimento independente que há 30 anos luta pelo que os integrantes chamam de emancipação do sul e sudeste do Estado.
“Nós vamos avaliar os erros cometidos, se houveram, durante a campanha”, disse o deputado João Salame (PPS), que reuniu com empresários e lideranças políticas de Marabá. Segundo ele, uma das coisas que devem ser discutidas é a estratégia de esclarecimento à população do estado em relação aos benefícios da divisão territorial e política do Pará.
Já o secretário geral do Comitê Brandão José Soares de Moura e Silva avalia que a derrota do SIM deve ser entendida pela população do sudeste do estado como uma vitória. E a relação entre a capital e os municípios divisionistas deve mudar.
“O governo vai ser obrigado a olhar para cá. Vai ter de desenvolver ações que satisfaçam os anseios dessa população”, afirmou.
Soares acredita que o plebiscito terá como consequência imediata o poder de fazer com que os moradores dos municípios que desejavam a mudança se engajem na luta pela emancipação. “A exploração predatória da região, a imensidão territorial e a ausência do estado sempre foram os três principais motivos que justificaram a luta pela emancipação. Essa situação ingovernável do Pará prejudica todo mundo”, diz ele.
Diário do Pará.
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