No meio da chuva que começou pontual, às 15h, mas que não teve hora para terminar, na tarde de ontem, os moradores do bairro do Jurunas aproveitaram o caos para protestar contra a situação da avenida Fernando Guilhon. Móveis, lixo, pneus e pedaços de madeira serviram de combustível para a barricada armada nas proximidades da avenida com a Bernardo Sayão. As razões da revolta popular são os constantes alagamentos que atrapalham o trânsito no local.
A rua, visivelmente desgastada, mal suportou os poucos minutos de chuva no começo da tarde, e já pelas 16 horas, estava intrafegável. Da porta de sua casa, com uma mureta providencial que impede a entrada da água, o aposentado Raimundo Nonato da Silva observa a confusão armada. “Isso tá assim há muito tempo, o último prefeito a fazer alguma coisa por aqui foi o Hélio Gueiros. Por aí se avalia o tempo que estamos largados por aqui” desabafa Raimundo, que diz já ter perdido móveis e as lajotas do piso de sua casa com os alagamentos, antes de construir o muro que serve de barragem.
Já o carteiro Carlos Humberto de Oliveira, 46, outro morador da Fernando Guilhon, é mais enfático ao criticar a situação da rua. “Com ou sem chuvas a rua fica alagada, pois os diversos canos quebrados e o lixo acumulado fazem com que a água que vaza dos encanamentos fique empoçada, causando esse transtorno. Fechar a rua é a forma que nós temos de protestar e chamar a atenção das autoridades para a nossa causa” ressalta o morador.
O alagamento toma conta de parte da rua e se estende para a calçada da Unidade de Saúde do Jurunas, fazendo com que quem procura atendimento no local acabe correndo o risco de adquirir uma doença por ter que atravessar as águas sujas até a entrada da unidade. “Acho um desrespeito com a comunidade, a gente não sabe nem o que tem de imundície na água, mas precisa do atendimento e se sujeita a essa situação” diz Caroline Salgado, que procurou a Unidade de Saúde na tarde de ontem e precisou enfrentar a chuva e o alagamento, mesmo estando febril.
CHUVA E CAOS
Não era forte, mas contínua. A chuva que desabou em Belém, na tarde de ontem, deu à cidade uma pequena mostra do tormento que ainda está por vir. Em diversos pontos da capital o trânsito cada vez mais frágil literalmente parou. Na avenida João Paulo II, no perímetro entre as travessas Lomas Valentina e Timbó, o que mais se via era água.
As extensas poças foram em poucos minutos se transformando em lagos, e logo o asfalto ficou submerso. Cautelosos, os motoristas trafegavam lentamente, transformando o trânsito em longas filas. E não foi diferente no canal da travessa 14 de Março com Pariquis, ponto crítico de alagamentos da cidade. Apesar das obras de drenagem do canal, durante a tarde de ontem os moradores, mais uma vez, enfrentaram alagamento no local. “Na minha casa já não tenho móveis, por causa do tormento que é quando chove. Até a obra terminar espero que esse problema seja, finalmente, solucionado” desabafa Maria Guilhermina Soares, 45, dona de casa e moradora da rua dos Pariquis há 20 anos.
E tudo pareceu parar durante a chuva. Na avenida Conselheiro Furtado, esquina com Roberto Camelier, era impossível distinguir a calçada do asfalto. Os poucos pedestres que se arriscavam precisaram de coragem para colocar os pés na água e para conseguir se deslocar até um ponto seguro.
SESAN RESPONDE
Os trechos citados na reportagem vão ser beneficiados pela obra da Bacia da Estrada Nova, em andamento, e que favorecerá diretamente 10 bairros da capital, entre eles o Jurunas, e vai solucionar os problemas de alagamentos em determinados pontos considerados críticos, com a construção de bolsões, segundo nota enviada pela assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saneamento - Sesan.
A Sub-Bacia I corresponde a Avenida Bernardo Sayão, da Rua Veiga Cabral até a Rua Fernando Guilhon. Ainda segundo a nota, estão sendo executadas obras de recuperação e implantação do sistema de drenagem, abastecimento de água, coleta e disposição de águas servidas, construção de vias, educação sanitária e ambiental.
O programa prevê ainda ações de melhoria das condições de moradia, através de ordenamento urbano, regularização da posse da terra e implementação de áreas de recreação, além das ações voltadas para a sustentabilidade social e institucional do programa. Será construída também uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), diz ainda, a nota da Sesan.
Maré vai subir 3,4 m acima do normal
Segundo José Raimundo Abreu de Sousa, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia, os paraenses podem se preparar para as fortes chuvas e marés acima do normal para os próximos meses até março. “Sob forte influência da lua, a maré nesse período tende a subir consideravelmente, podemos esperar níveis de até 3,4 metros acima do normal” adianta o diretor.
Já para localidades do interior do Estado como Marabá e Santarém, onde as altas da maré já preocupam e mobilizam moradores e defesa civil, José Raimundo explica que o agravante para estes locais é que “as chuvas se acumulam nas cabeceiras dos rios, e quando as águas chegam às localidades são níveis de até 5,2 metros, muito acima do normal”, disse o diretor, mas ele adverte que, para estas localidades, o período mais crítico se concentra no mês de março.
A rua, visivelmente desgastada, mal suportou os poucos minutos de chuva no começo da tarde, e já pelas 16 horas, estava intrafegável. Da porta de sua casa, com uma mureta providencial que impede a entrada da água, o aposentado Raimundo Nonato da Silva observa a confusão armada. “Isso tá assim há muito tempo, o último prefeito a fazer alguma coisa por aqui foi o Hélio Gueiros. Por aí se avalia o tempo que estamos largados por aqui” desabafa Raimundo, que diz já ter perdido móveis e as lajotas do piso de sua casa com os alagamentos, antes de construir o muro que serve de barragem.
Já o carteiro Carlos Humberto de Oliveira, 46, outro morador da Fernando Guilhon, é mais enfático ao criticar a situação da rua. “Com ou sem chuvas a rua fica alagada, pois os diversos canos quebrados e o lixo acumulado fazem com que a água que vaza dos encanamentos fique empoçada, causando esse transtorno. Fechar a rua é a forma que nós temos de protestar e chamar a atenção das autoridades para a nossa causa” ressalta o morador.
O alagamento toma conta de parte da rua e se estende para a calçada da Unidade de Saúde do Jurunas, fazendo com que quem procura atendimento no local acabe correndo o risco de adquirir uma doença por ter que atravessar as águas sujas até a entrada da unidade. “Acho um desrespeito com a comunidade, a gente não sabe nem o que tem de imundície na água, mas precisa do atendimento e se sujeita a essa situação” diz Caroline Salgado, que procurou a Unidade de Saúde na tarde de ontem e precisou enfrentar a chuva e o alagamento, mesmo estando febril.
CHUVA E CAOS
Não era forte, mas contínua. A chuva que desabou em Belém, na tarde de ontem, deu à cidade uma pequena mostra do tormento que ainda está por vir. Em diversos pontos da capital o trânsito cada vez mais frágil literalmente parou. Na avenida João Paulo II, no perímetro entre as travessas Lomas Valentina e Timbó, o que mais se via era água.
As extensas poças foram em poucos minutos se transformando em lagos, e logo o asfalto ficou submerso. Cautelosos, os motoristas trafegavam lentamente, transformando o trânsito em longas filas. E não foi diferente no canal da travessa 14 de Março com Pariquis, ponto crítico de alagamentos da cidade. Apesar das obras de drenagem do canal, durante a tarde de ontem os moradores, mais uma vez, enfrentaram alagamento no local. “Na minha casa já não tenho móveis, por causa do tormento que é quando chove. Até a obra terminar espero que esse problema seja, finalmente, solucionado” desabafa Maria Guilhermina Soares, 45, dona de casa e moradora da rua dos Pariquis há 20 anos.
E tudo pareceu parar durante a chuva. Na avenida Conselheiro Furtado, esquina com Roberto Camelier, era impossível distinguir a calçada do asfalto. Os poucos pedestres que se arriscavam precisaram de coragem para colocar os pés na água e para conseguir se deslocar até um ponto seguro.
SESAN RESPONDE
Os trechos citados na reportagem vão ser beneficiados pela obra da Bacia da Estrada Nova, em andamento, e que favorecerá diretamente 10 bairros da capital, entre eles o Jurunas, e vai solucionar os problemas de alagamentos em determinados pontos considerados críticos, com a construção de bolsões, segundo nota enviada pela assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saneamento - Sesan.
A Sub-Bacia I corresponde a Avenida Bernardo Sayão, da Rua Veiga Cabral até a Rua Fernando Guilhon. Ainda segundo a nota, estão sendo executadas obras de recuperação e implantação do sistema de drenagem, abastecimento de água, coleta e disposição de águas servidas, construção de vias, educação sanitária e ambiental.
O programa prevê ainda ações de melhoria das condições de moradia, através de ordenamento urbano, regularização da posse da terra e implementação de áreas de recreação, além das ações voltadas para a sustentabilidade social e institucional do programa. Será construída também uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), diz ainda, a nota da Sesan.
Maré vai subir 3,4 m acima do normal
Segundo José Raimundo Abreu de Sousa, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia, os paraenses podem se preparar para as fortes chuvas e marés acima do normal para os próximos meses até março. “Sob forte influência da lua, a maré nesse período tende a subir consideravelmente, podemos esperar níveis de até 3,4 metros acima do normal” adianta o diretor.
Já para localidades do interior do Estado como Marabá e Santarém, onde as altas da maré já preocupam e mobilizam moradores e defesa civil, José Raimundo explica que o agravante para estes locais é que “as chuvas se acumulam nas cabeceiras dos rios, e quando as águas chegam às localidades são níveis de até 5,2 metros, muito acima do normal”, disse o diretor, mas ele adverte que, para estas localidades, o período mais crítico se concentra no mês de março.
(Diário do Pará)
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