Hoje é dia de Santo Antônio, o casamenteiro

Não faltam histórias de gente que conseguiu achar a carametade graças a uma simpatia ao Santo Antônio (Foto: Marcelo Lélis)

Colocar o santo de cabeça pra baixo, retirar de seu colo a imagem de Jesus Cristo ou deixá-lo de “castigo”. São diversas as simpatias para conseguir um namorado ou marido. Conhecido como o santo casamenteiro, Santo Antônio é reverenciado hoje e já deu aquela “ajudinha” para muita gente.

Devota de Santo Antônio desde muito jovem, a corretora Anna Carolina Matos tem o santo como seu padroeiro. Participou com a família de diversas festividades e chegou a pedir que o santo colocasse alguém especial em seu caminho. “Não pedi para casar, mas para colocar a pessoa certa na minha vida e que, quando viesse, fosse definitivo. E meu namorado seguinte foi o homem que casei”, diz.

As brincadeiras e simpatias para descobrir com quem iria se casar também sempre fizeram parte da vida de Anna. “Cheguei a fazer algumas e uma delas deu certo. Apareceu a letra do primeiro nome do meu marido. Tem uma que diz que, do dia 12 para o dia 13, tudo que a pessoa come, deixa um pouquinho pro santo. No fim do dia, reza e pede para que Santo Antônio mostre em sonho a pessoa com quem você vai casar”, ensina.

A assessora política Ronise Lima também costuma pedir a intervenção de Santo Antônio sempre que precisa alcançar alguma graça. Fé e devoção que ela herdou da mãe. “Sou devota desde os sete anos de idade, quando minha família foi morar perto da igreja de Santo Antônio. Minha mãe passou essa devoção para mim”, conta.Apesar de ser conhecido como o santo casamenteiro, Ronise conta que seus pedidos quase sempre estão ligados à família e que já alcançou graças pedidas ao santo. “Ele protege a família, recorro mais a ele por conta disso. Agora estouensinando isso ao meu filho, passando para ele essa devoção”.

HistóriaUm dos santos mais populares da igreja, Santo Antônio nasceu em Lisboa, no início do século XIII. Aos 15 anos de idade, entrou para a Ordem dos Agostinianos. “Ainda muito jovem ele se converteu e ficou impressionado quando trouxeram os corpos de cinco mártires franciscanos que haviam sido mortos no Marrocos. A partir daí ele decidiu se tornar franciscano, quis ser um mártir também”, afirma o frei Edilson Rocha, pároco da igreja de Santo Antônio de Lisboa.Santo Antônio decidiu então ir para o Marrocos ser missionário, mas o navio em que estava foi atingido por uma tempestade e ele aportou na Sicília. “Ele teve um grave problema de saúde e ficou na Itália.

Começou a pregar lá e depois foi para Pádua, onde passou o resto da vida. Por isso ele também é conhecido como Santo Antônio de Pádua”, explica o frei.Milagre rendeu a fama de casamenteiroA fama de santo casamenteiro está ligada a pelo menos um milagre que teria sido realizado pelo santo. “Conta a história que uma moça era de uma família nobre, em Nápoles, mas não tinha o dinheiro do dote para se casar, que era o equivalente a 400 escudos de prata.

A mãe dela resolveu incentivar a filha a se prostituir para conseguir o dinheiro. A jovem ficou triste, foi a uma igreja e pediu que Santo Antônio intercedesse por ela. Então apareceu um bilhete na mão da imagem que dizia que ela deveria ir até um comerciante e pedir que ele lhe pagasse em moedas de prata o equivalente ao peso do bilhete.

O comerciante começou a colocar as moedas na balança e ela só levantou quando alcançou os 400. Então ele lembrou que tinha feito uma promessa para doar esse dinheiro e que nunca tinha cumprido”.

FESTIVIDADE – Hoje se encerra a festividade em homenagem a Santo Antônio. Uma procissão, com saída da Casa Pão de Santo Antônio, será realizada esta manhã nas ruas do bairro do Guamá. “Após a procissão acontece a missa com Dom Alberto Taveira, que vai receber a comanda de sócio honorário do Pão de Santo Antônio”, explica Maria Clara de Carvalho, presidente da Festividade, que já acontece há cerca de 50 anos.

Na igreja de Santo Antônio de Lisboa haverá trezenas durante o dia. Às 19h, no Centrão, na avenida Fernando Guilhon, uma missa será realizada por Dom Teodoro Tavares, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém. 

(Diário do Pará)