Filha de dono de colégio é aprovada como cotista
Candidata se inscreveu como
cotista por ter cursado o Ensino Médio como bolsista, mas é filha de um
dos donos da escola. (Foto: Cristino Martins/Agência Pará)
Tem
gerado polêmica uma aprovação no curso de Medicina da Universidade do
Estado do Pará (Uepa). Bruna Cancela é filha de um dos sócios de uma
escola particular de Belém, e concorreu como cotista por ter por sido
bolsista na escola onde concluiu o ensino médio.
As cotas valem para os alunos matriculados
ou que cursaram o Ensino Médio em escolas da rede pública de ensino -
municipal, estadual ou federal - ou que cursaram o Ensino Médio como
alunos bolsistas em escolas da rede particular.
A decisão foi aprovada pelo Conselho
Universitário (Consun), por meio da Resolução nº 2719/14, e publicada no
Diário Oficial do Estado (DOE) no dia 02 de julho de 2014.
“Pelo edital de quem tem direito à cota, ela
estaria dentro. Mas é um absurdo isso. Ela só era bolsista porque os
pais são donos da escola. Eles têm condições de pagar uma faculdade
particular. Ou no mínimo, se ela queria cursar o curso na UEPA, ela não
deveria ter concorrido às vagas especiais. O edital deixa essa falha
imensa, que espero que seja revista”, afirma o autônomo Paulo Costa. “Eu
fico pensando no aluno de baixa renda, que por uma vaga não foi
aprovado para o curso de Medicina. Vaga que foi destinada à uma aluna
que tem condições de pagar.”
CONFIRMAÇÃO
A Uepa informou, através de nota, que a
opção pela condição de cotista foi feita pelo candidato no ato da
solicitação de inscrição e deverá ser confirmada no ato da matrícula com
a apresentação de documentos comprobatórios, no período de 26 a 30
deste mês.
Os candidatos que atenderam a um dos
critérios e estão com a documentação dentro da normalidade serão
regularmente matriculados. A Uepa ressalta ainda que, de acordo com os
editais, será eliminado do processo e perderá o direito a vaga, o
candidato que tendo sido classificado nas vagas destinadas aos alunos
cotistas não comprovar esta condição, por meio dos documentos.
Durante coletiva na tarde desta terça-feira
(13), a professora Ana Conceição, pró-reitora da UEPA, disse ainda que
os candidatos que se sentirem lesados devem entrar com recurso. Além
disso, a professora afirmou que devido à polêmica será discutido com o
Conselho da instituição a possibilidade de mudar o edital apenas no
próximo ano.
O DOL tentou contato com os pais da aluna, porém, ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.
(DOL)
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