quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Funcionário da Sesma é preso por vender atestados médicos

Apresentar documentos falsos em seu local de trabalho para ter acesso a folgas ou se beneficiar  é crime. Ao perceber que vários de seus funcionários apresentavam com frequência esse tipo de documento e ainda de um mesmo posto de saúde, uma rede de supermercados de Belém denunciou o caso à polícia.

O preso Antônio Gomes Brito. Ao lado, o material apreendido em sua residência, no bairro do Guamá

Após 20 dias de investigações, uma equipe de policiais da Divisão de Investigações e Operações (DIOE) abordou Antônio Gomes Brito, de 34 anos, porteiro da Unidade de Saúde da Pratinha, onde trabalhava há pouco mais de um ano como porteiro. Antônio foi abordado por uma policial, que se passou por suposta 'cliente'. O acusado a levou até sua casa, onde lá, policiais encontraram vários blocos de atestados médicos em branco, carteiras por preencher, carimbos de duas médicas e vários blocos de receituários médicos. No local, a polícia também apreendeu um celular e três pendrives.



Os carimbos de duas médicas. Uma era clínica geral e já aposentada do Estado 
Segundo o delegado Neivaldo Silva, pelo menos dez pessoas se beneficiavam com o esquema. 'Essa empresa veio nos procurar pois achou estranho que seus funcionários, que moram em vários locais de Belém, estivesse procurando apenas uma única unidade de saúde, neste caso a da Pratinha. Hoje chegamos até a residência de Antônio Brito. Com ele ainda encontramos, no momento da abordagem, dois atestados médicos já preenchidos. Ele vendia cada um por R$ 30', explicou o delegado.

Curiosidade - E os atestados não eram de apenas uma doença ou possuíam o mesmo CID (Classificação Internacional de Doenças). Um deles, de três dias, atestava que o funcionários A. S. de S. teria sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) não especificado e que sofria de hipertensão arterial, por isso, estaria impossibilitado ao trabalho. 


Delegado Neivaldo Silva, da Dioe

De acordo com Marcos Couto, advogado do acusado, ele não agiu com a intenção de se beneficiar financeiramente. 'Ele achou dois blocos de atestados em uma cesta de lixo, próxima a Unidade de Saúde, e pegou. A intenção dele era ajudar dois amigos que estavam com problemas na empresa', justificou


Marcos Couto, advogado do acusado

Antônio vai responder pelos crimes de falsidade ideológica, peculato e falsificação de documentos. A pena para esses tipos de crimes pode variar de dois a oito anos.

As pessoas que foram beneficiadas pelo esquema também serão chamadas a depor e responderão pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

Redação Portal ORM
Fotos: Heloá Canali (Portal ORM)

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