segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Protesto de operários acaba, mas greve continua



Quase sete horas depois de iniciar um grande protesto, que ocupou os principais canteiros de obra de Belém e interditou a Avenidas como a Magalhães Barata e Almirante Barroso, além da Rodovia Augusto Montenegro, resultando em um imenso congestionamento nesses locais, os cerca de cinco mil trabalhadores da construção civil encerraram o manifesto no Entroncamento, no final da manhã desta segunda-feira (5).

Uma reunião ficou marcada com os empresários do setor, para a tarde hoje, no Tribunal do Trabalho. Operários querem 20% de reajuste, mas empresários oferecem 7%. O protesto foi encerrado, mas os operários dizem que não voltam ao trabalho enquanto não houver acordo.
O protesto começou às 6h da manhã de hoje e ocupou canteiros de obras em toda cidade. As maiores frentes de concentração de trabalhadores foram a Rodovia Augusto Montenegro e a Rua 9 de Janeiro, em frente à sede do sindicato da categoria. Os manifestantes saíram dos dois pontos até o Entroncamento, onde se encontraram para um ato pela campanha salarial da categoria.

Com a manifestação, o trânsito foi ficando complicado ao longo do trajeto por onde o protesto passou. No entorno da 9 de Janeiro, principalmente na Magalhães Barata e Governador José Malcher, assim como a Avenida Almirante Barroso e Augusto Montenegro, o trânsito chegou a ficar parado. Agentes da Companhia Municipal de Trânsito orientavam os motoristas a desviar a 9 de Janeiro, seguindo pela Magalhães Barata, o que gerou mais congestionamentos.


Os trabalhadores só encerraram os protestos, por volta das 12h30,  após os empresários chamarem uma negociação com a categoria. Mesmo com a negociação marcada, o sindicato dos trabalhadores informa que a greve continua. 'Amanhã ainda vamos levar o que vai ficar decidido na reunião de hoje para uma assembleia com a categoria, onde vai ser decidido se a greve continua ou não', disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Ailson Cunha.



Policiais da Ronda Tática Metropolitana e do Batalhão de Choque da PM  acompanharam a manifestação. Dois trabalhadores foram detidos pelos policiais. O setor jurídico do sindicato da categoria já foi acionado para dar apoio aos trabalhadores detidos.

Reivindicações - Os trabalhadores da construção pedem aumento de salários, plano de saúde e participação nos lucros e resultados. 'Queremos que os salários de oficial passe para R$ 1 mil, o de servente para R$ 680 e o de meio-oficial seja de R$ 760. Queremos ainda outros benefícios, como plano de saúde de R$ 150 e R$ 400 de participação nos lucros e resultados', diz o coordenador.

Outro lado - Em nota, o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-PA) afirma que a greve dos trabalhadores está mais ligada à política interna do sindicato, por conta das eleições, do que por um acordo salarial. O sindicato diz ainda que já houve uma primeira rodada de negociações para a data base da categoria, cuja reivindicação dos trabalhadores foi de reajuste de 20%, além de benefícios não previstos na norma coletiva anterior e que o sindicato ofereceu reajuste de 7%.

Segundo o vice-presidente do sindicato patronal, Fernando Teixeira, grande parte das reivindicações, incluindo a porcentagem do reajuste, está fora não somente da realidade do setor, mas da realidade do país na atual conjuntura econômica. 'Depois da primeira rodada de negociações, oferecemos agora um reajuste de 10% no geral - superior em alguns casos. Isto está acima do INPC, atualmente em 6,87%, ou seja, um ganho real de mais de 3%. Este é um valor que nenhum outro setor conseguiu conceder e um dos maiores do setor da construção no Brasil', ressalta o presidente.

Teixeira destaca ainda uma série de concessões feitas pelo Sinduscon para que o acordo fosse fechado. 'Diminuímos o desconto do vale-transporte, deferimos 20% de aumento na participação dos lucros, dobramos o valor do seguro em caso de acidentes, que passou para R$ 22 mil. A greve é injustificada, motivada por questões políticas e por intransigências. Desprezamos índices inflacionários para oferecer porcentagens acima da inflação', enfatiza.

Ainda segundo a nota, se o atual acordo fosse fechado, o menor piso salarial na categoria estaria em R$ 630,00 já para o mês de agosto, o que representaria um aumento maior que a prospecção para o salário mínimo para janeiro de 2012.
Fonte: O liberal

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