quinta-feira, 26 de maio de 2011

Nova Ipixuna: polícia já tem pista dos culpados

Nova Ipixuna: polícia já tem pista dos culpados (Foto: Rodolfo Oliveira /Agencia Pará)
Ato ecumênico e ato público por justiça devem marcar despedida (Foto: Rodolfo Oliveira /Agencia Pará)
A polícia do Pará já tem indícios dos autores do assassinato dos ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, ocorrido na manhã de terça-feira, em uma estrada vicinal que dá acesso ao assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, a 45 quilômetros de Nova Ipixuna, no sudeste do Estado. Alguns nomes de suspeitos foram checados, mas a polícia não revela detalhes para não prejudicar a investigação. Moradores da comunidade Maçaranduba 2, onde o casal residia, já foram ouvidos e forneceram pistas sobre possíveis mandantes do crime e os pistoleiros. Os corpos estão sendo velados em Marabá e o enterro será realizado na manhã de hoje.
O casal foi morto quando se dirigia de motocicleta à sede do município. Foram alvejados com vários tiros de escopeta e revólver calibre 38, disparados por dois pistoleiros que se encontravam de tocaia dentro do mato. Os pistoleiros cortaram uma das orelhas de José Cláudio e levaram como prova do crime.
“Eu defendo a floresta em pé e seus habitantes, mas devido esse meu trabalho sou ameaçado de morte pelos empresários da madeira, que querem derrubar tudo”, denunciava José Cláudio em um vídeo gravado durante um encontro de ambientalistas em Manaus (AM), no ano passado. Ele dizia na gravação que a qualquer momento poderia “aparecer morto”, porque vivia com uma “bala na cabeça”. José Cláudio foi o primeiro presidente da associação do assentamento e foi sucedido na presidência da entidade por sua mulher, Maria do Espírito Santo.
O casal, por diversas vezes, interditou estradas de acesso aos assentamentos, parando caminhões de madeireiros dentro da reserva. Depois de anotar as placas, encaminhavam as denúncias ao Ibama e ao Ministério Público Federal. Eles lideravam 300 famílias. No final do ano passado, a dupla escapou de uma emboscada. Pistoleiros foram até a residência do casal para matá-los, mas não os encontraram. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou em seu caderno de conflitos agrários que José Ribeiro e Maria estavam em uma lista de 58 pessoas marcadas para morrer no Pará. Leia mais no Diário do Pará.

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