Com o PR na berlinda, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, depõe na terça-feira (16) na Comissão de Infraestrutura do Senado. Em sinal de protesto, a maioria das lideranças do PR da Câmara vai se ausentar do depoimento para não ter de defender o ministro e para mostrar que não contabiliza mais o cargo como sendo da cota do partido.Além de não contar com o apoio dos deputados que passaram a hostilizá-lo depois que a crise se concentrou no ex-ministro Alfredo Nascimento, Passos se verá diante de acusações que partem justamente dessas lideranças. “A fraude que está sendo investigada aconteceu nos dez meses em que o (Alfredo) Nascimento estava fora da pasta. Nesse período, quem comandou o ministério foi o (Paulo Sérgio) Passos”, lembrou o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), do grupo ligado a Nascimento, presidente nacional da legenda.
“Quando saí (do ministério, em abril de 2010), o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Ministério dos Transportes significava um pacote de investimentos de R$ 58 bilhões. Quando retornei, já estava em R$ 72 bilhões”, fez questão de dizer o próprio Nascimento, em seu discurso de retorno ao Senado.
O vice-líder do governo, deputado Luciano Castro (PR-RR), adiantou que não acredita em “presença maciça da bancada” no depoimento de Passos. Segundo ele, “não é nada especificamente contra Passos”. O objetivo é demonstrar que a “bancada ainda está chateada”. Parlamentares do PR que defenderam a desfiliação de Passos o responsabilizam pela crise, que se concentrou em Nascimento.
(Brasília/AE)
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