sábado, 7 de janeiro de 2012

Vestibular da UFPA teve 135 mil zeros

Após a divulgação do listão do Processo Seletivo 2012 da Universidade Federal do Pará (UFPA), um dado divulgado pela instituição chamou atenção, o número de notas zero obtidas por parte dos candidatos nas provas aplicadas no ano passado: 135.612. A disciplina campeã, com o maior número de zeros, foi Química: 26.619.
A vice-campeã, com 20.961 zeros nas provas, foi Literatura, seguida de perto pela Física, com 19.617 zeros. Outros 14.498 candidatos obtiveram zero na prova de Filosofia e 12.187 zeros foram registrados na prova de Matemática. Sociologia registrou 11.322 zeros e Biologia, 10.705 zeros. Se a Língua Portuguesa, a oficial do país, atingiu 9.214 zeros, a prova de Língua Estrangeira é que não ficaria de fora, com 6.042 zeros. A prova de história completou a enxurrada, com 4.447 zeros.
Para o professor de química do Ensino Médio, Thomas Jefferson, a explicação para a disciplina ter sido aquela em que os estudantes mais fracassaram no processo seletivo da UFPA está na própria prova elaborada pela instituição. “A segunda fase da prova da UFPA foge a proposta do Enem. Não tem ainda uma ligação com o conteúdo exigido pelo Enem. Há um distanciamento entre da Universidade com o Ensino Médio”, avalia.
Para Thomas, atualmente falta comunicação e integração entre a UFPA e as escolas e professores do Ensino Médio. “Não existe mais a sala do professor. Não existe mais uma comunicação entre os professores da UFPA e do Ensino Médio para discutir as questões, conteúdo programático. A Universidade tem de entender que o Ensino Médio é globalizado e que dentro da Universidade esse conhecimento é aperfeiçoado e especializado”.
GREVE
O professor Thomas aponta fatores como a greve do ensino público, ocorrida ano passado, como um dos pontos desfavoráveis para os estudantes vindos da rede pública. A disciplina já é um problema para os alunos.
É preciso tomar cuidado, pois estes zeros não são do ensino particular. A maior parte provavelmente é do ensino público. A greve teve início um mês antes da prova do Enem. Os estudantes do ensino público não tiveram uma preparação adequada. Como passar se o aluno não tem aula? Na escola particular já se sabe que será uma prova difícil e tem toda uma preparação”, conclui.












(Diário do Pará)

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