domingo, 5 de fevereiro de 2012

Primeiro salário cresce 5,1% no Pará

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o salário médio de admissão no Pará teve um ligeiro aumento em 2011 no comparativo com 2010. O aumento foi de 5,19%, o terceiro maior ganho real do país no período. Passou de R$ 773,19 em 2010 para R$ 813,35 em 2011. Em primeiro lugar veio o Estado do Paraná (com aumento de 6,33%) e em segundo Pernambuco (com 5,36%). A média nacional foi de 3,12%. Alguns estados evidenciaram ainda perdas reais, como Sergipe, com queda de -1,43%, Roraima, com - 0,73% e Rondônia -0,72%.
Apesar do crescimento, o salário inicial do paraense segue bem abaixo da média nacional. O Estado teve média de R$ 813,35, enquanto que a média brasileira foi de R$ 916,63. De acordo com a pesquisa, os maiores salários de admissão foram registrados em São Paulo, com R$ 1.129,41 e Rio de Janeiro, com R$ 1.030,69. Já os estados que apresentaram os menores salários médios de admissão foram a Paraíba, com R$ 689,04, e o Piauí, com R$ 699,62.
Segundo Nilson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), dois fatores podem explicar esse aumento. 'Primeiro, temos um cenário econômico favorável no Estado devido à crescente demanda de investimentos. O segundo fator é a escassez da mão de obra. Cada vez mais é necessário reter talentos através de valores mais competitivos', afirma Azevedo, que também é presidente de Relações de Trabalho da Fiepa.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do Pará (Simetal) e diretor da Força Sindical no Pará, Ivo Borges, o aumento verificado no Pará ainda é “muito pouco” e a diferença com estados da região Sul e sudeste reflete uma lógica “perversa e preconceituosa contra os estados do Norte e Nordeste”.
Se confrontado com todos os outros estados, o Pará aparece apenas na 16ª colocação na média salarial em 2010. Outro dado interessante que o ranking revela é que dos dez estados com piores salários, nove são das regiões Norte e Nordeste. Já dos cinco primeiros com melhores salários,quatro são do Sul-Sudeste.
Quando levantada a diferença salarial por gênero, há outro abismo entre homens e mulheres no Pará. Os homens ganham, na média, R$ 87,23 a mais que as mulheres. Enquanto os homens tiveram salário médio de admissão em 2011 de R$ 838,80, as mulheres ficam abaixo, com R$ 737,56.
De acordo com dados da Rede de Desenvolvimento de Fornecedores (Redes), da Fiepa, até 2016 cerca de R$ 130 bilhões serão investidos em grandes projetos no Estado, o que deverá gerar mais de 160 mil empregos diretos no Pará. Porém, para que estes empregos sejam internalizados, deve ser feito um maior esforço na área da qualificação profissional. Somente assim também será possível aumentar a média salarial no Estado. Segundo o Caged, a média do salário de um trabalhador analfabeto no Brasil foi de R$ 671,36 em 2011. Já do trabalhador com formação superior completa, o valor médio foi quase cinco vezes maior: R$ 3.111,55.
O estudo mostra ainda que, com formação do ensino fundamental completo, o salário médio inicial vai para R$ 846,50. Já com o ensino médio completo, R$ 921,52 e com superior incompleto, sobe para R$ 1.281,60. Em 2011, mais de 51 mil novos postos foram gerados no Pará, com uma pequena queda em relação a 2010.











Fonte: O Liberal

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