quinta-feira, 14 de junho de 2012

Estádio da Curuzu completa hoje 98 anos de história

Conhecido também como o 'Vovô da cidade', por ser o estádio mais antigo de Belém, o Leônidas Castro, famosa Curuzu, completa nesta quinta-feira (14) 98 anos que recebeu sua primeira partida de futebol, às 16h do dia 14 de junho de 1914, em um domingo de Re x Pa, que teve o ponta-pé inicial dado por Deodoro de Mendonça, um dos participantes do projeto que acabou com a criação da Universidade Federal do Pará.
Atualmente com capacidade para 15 mil pessoas e uma área total de 16.233 metros quadrados, a Curuzu, que ainda pertencia à firma Ferreira & Comandita e se chamava Tito Franco, teve menos de mil pessoas na única arquibancada de madeira que possuía, assistindo à vitória polêmica do Remo, pelo placar de 2 a 1, contruído após a marcação de um pênalti pelo árbitro Guilherme Paiva nos minutos finais da partida a favor do Leão.
Apesar da derrota, o Paysandu que treinava em um campo localizado em uma área ao lado de onde está hoje a escola Lauro Sodré, no bairro do Marco, em Belém, conseguiu comprar o estádio junto à firma através do homem que chegou à presidência do clube, Leônidas Sodré de Castro, que teve o nome utilizado para batizar o novo campo bicolor. Com o novo endereço, o estádio do Paysandu (foto) também ganhou um novo apelido: Curuzu, pelo simples motivo de ser a Travessa onde é localizado o campo.
Com estes nome e apelido, a inauguração oficial feita pelo próprio Papão aconteceu no dia 27 de julho de 1918, quando o clube já disputava o campeonato paraense, competição na qual conquistou o primeiro dos seus 44 títulos no ano de 1920.
Conquista histórica - Mas quem disse que taças foram as únicas conquistas bicolores na Curuzu? Entre as maiores da história do clube, está a goleada por 3 a 0 sobre o time que era a base da seleção uruguaia, o Peñarol, no dia 18 de julho de 1965. Sobre este jogo, o Portal ORM conversou com um dos jogadores do Bicola naquela partida, o Carlos Alberto da Silva Cavalcante, mais conhecido como Beto. Veja abaixo!

Com 67 anos, o ex-volante Beto, companheiro há cerca de 20 anos de um dos maiores ídolos do Paysandu, o Quarentinha, falou sobre a vitória bicolor na partida, que fazia parte de uma excursão do time uruguaio pelo mundo, e a classificou como 'a maior conquista internacional do Papão'.
'Nosso time era formado por uma base toda paraense, com apenas três jogadores de fora do Estado, e fomos para a partida com força máxima. Lembro que o jogo foi em um domingo e jogamos fácil. Os gols foram marcados por Ércio, Milton Dias e Pau Preto e a torcida ficou tão feliz que acabou derrubando o muro do estádio. Foi a primeira vez que o muro da Curuzu caiu. A segunda já foi na conquista da Série B de 1991, com Cacaio e companhia', recordou.
Assim como o Re x Pa do domingo (10), naquela época, a saída encontrada para pagar o prejuízo pela queda do muro foi a realização de outra partida, três dias depois, também às 16h. 'Formamos a seleção de Paysandu e Tuna contra o Peñarol. O Governo do Estado promoveu o jogo com entrada franca e deu tanta gente que os portões tiveram de ser fechados ao meio dia', disse.
Para chegar à goleada que, rendeu manchete no jornal O Liberal, da época , como 'Triunfo do Papão é a vitória do Brasil', referindo-se à derrota da seleção brasileira na final da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, no episódio conhecido como 'Maracanazzo', o Paysandu contou com Castilho; Oliveira, Abel, Jota Alves e Carlinhos; Beto e Quarentinha; Pau Preto (Laércio), Milton Dias (Milton Marabá), Edson Piola e Ércio, comandados pelo treinador Juan Antônio Alvarez. Do outro lado, o Peñarol - então bicampeão da Libertadores da América, bicampeão uruguaio e campeão mundial interclubes - tinha atletas como Mazurkiewsk, Forlan, Abbadie, Pedro Rocha e Caetano, nomes certos da seleção celeste.
Estrutura - 'Hoje é uma maravilha. Tinham que ver como era antes!', disse o ex-jogador Beto sobre a Curuzu. Isto porque, no início de tudo, a Curuzu, que passou recentemente por reformas no gramado, nem isto tinha. 'Era mais terra do que grama', lembra Beto, que aponta ainda que o estádio inteiro era feito de madeira e, apesar de ter tido sua primeira partida em 1914, só passou a ter iluminação em 1965. 'Foi na época em que jogava pelo Paysandu e vimos também a construção da casa do atleta, onde funciona hoje a concentração dos jogadores.
A lotação, que chega hoje a 15 mil e tem como recorde os 20 mil da final da Série B do Brasileirão contra o Avaí (SC), em 2001, começou com menos de mil e nesta década de 60 tinha sido ampliado para receber 5 mil pessoas.
Além disso, o local, que agora conta com três vestiários, um departamento médico com área para fisioterapia e fisiologia, concentração, cozinha, 40 camarotes refrigerados, 1.800 cadeiras cativas, tribunas de honra e arquibancadas numeradas, teve sua construção orçada em 12 contos de réis.
Hoje, o estádio que já foi chamado Tito Franco, pertencente à firma Ferreira & Comandita, e se chama Leônidas Castro de Sodré, apelidado como Curuzu é local de treino dos jogadores do Papão enquanto as Séries C e D do campeonato brasileiro não começam.

Carlos Fellip (Portal ORM)

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