quinta-feira, 14 de junho de 2012

Greve dos professores federais complica calendário

No domingo (17), a greve dos professores das universidades federais completará um mês. A paralisação, que conta com a adesão de 51 instituições, afeta a rotina dos estudantes que aguardam as negociações entre a categoria e o governo federal para que o semestre letivo possa ser retomado e concluído.
Na Universidade Federal do Pará (UFPA), além dos professores, os técnicos administrativos também cruzaram os braços no último dia 11, inviabilizando a maior parte das atividades acadêmicas.
Em Belém, os servidores realizaram ontem manifestações junto com os médicos do serviço público federal, participaram de reunião com o reitor da UFPA, Carlos Edilson Maneschy e, hoje (14), prometeram fazer um ato público em frente ao Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS).
Os médicos do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), localizado na capital paraense, paralisaram suas atividades no último dia (12), em protesto contra a Medida Provisória 568, que impõe redução de salários e aumenta a carga horária dos médicos do serviço público federal.
Os 91 médicos do Barros Barreto são vinculados à UFPA e se consideram os mais prejudicados pela Medida Provisória, a qual também afeta o adicional de insalubridade pago aos médicos, fixando em um teto máximo de R$ 260,00, quando atualmente é fixada em percentuais que variam de 10% a 40%.
No caso dos docentes a principal reivindicação é a revisão do plano de carreira. Em acordo firmado no ano passado, o governo prometeu um reajuste de 4%, a incorporação de parte das gratificações e a revisão do plano para 2013. Os dois primeiros pontos já foram atendidos, mas não houve avanço na revisão da carreira. Uma nova rodada de negociação está marcada para terça-feira (19).
Aluna do curso de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Raphaella Pinheiro, de 19 anos, disse que a maioria das matérias parou completamente. “Tem professor que está passando exercício pela internet para a gente resolver, têm outros que vão encurtar o semestre na volta e a gente vai fazer a prova mais rápido. Outros vão considerar a matéria como dada, porque quando a greve começou 75% das aulas já tinham ocorrido. Outros vão repor tudo. Cada um vai fazer do jeito que quiser”, reclama.
Com a paralisação dos servidores, alguns serviços que são prestados à comunidade também ficaram interrompidos. Na UnB, a biblioteca, que é frequentada também por quem não é aluno da instituição, está de portas fechadas. “Sempre venho aqui para estudar, o espaço é bom. Mas agora fiquei meio sem opção”, conta Guilherme Macedo, 36 anos, que estuda administração em outra instituição, mas frequenta o espaço pela proximidade de sua casa.
Não só os alunos são afetados pela paralisação. A queda no movimento preocupa também quem trabalha nas universidades, como é o caso da Edilma Queiroz, dona da banca de jornais da UnB, que conta que nesta semana o movimento já caiu 90% em relação ao fluxo normal. “O impacto é total porque a gente tem que pagar todos os impostos, o aluguel, todos os encargos que a universidade também não abre mão, independentemente da greve. E a gente não sabe quando essa greve vai acabar”, diz.
(DOL, com informações da Agência Brasil)

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