terça-feira, 26 de julho de 2011

Pagot pede demissão e faz discurso inflamado

Pagot pede demissão e faz discurso inflamado (Foto: Valter Campanato/ABr)Em discurso inflamado de despedida, em que destilou ressentimento e mandou recados velados ao governo, o engenheiro Luiz Antônio Pagot comunicou ontem (25) de manhã aos servidores e auxiliares do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) seu pedido de demissão “irrevogável” da direção-geral da autarquia. Ele disse que não aceita a pecha de corrupto e rebateu o ministro chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, para quem o órgão é um antigo foco de corrupção.

“Discordo do ministro Jorge Hage, quando diz que o Dnit tem o DNA da corrupção”, protestou. “Aqui o que há é o DNA do trabalho e da dedicação dos servidores”, enfatizou. Pagot é o 17º dirigente a cair em meio à crise que se arrasta desde o começo de julho, com a revelação de um esquema de corrupção, tráfico de influência e cobrança de propina de empreiteiros que o PR teria montado no Ministério dos Transportes. O ministro Alfredo Nascimento foi um dos primeiros a pedir demissão.

Indiretamente, Pagot criticou também a presidente Dilma Rousseff que, após as denúncias, exigiu a reestrutura completa no Ministério dos Transportes, a seu ver um setor caótico e ineficiente. Pagot afirmou que o Dnit executa um orçamento de mais de R$ 1 bilhão por mês e ressaltou que só se consegue isso com trabalho e eficiência. “Somos o órgão de maior execução orçamentária da Explanada”, gabou-se. “Somos líderes absolutos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e temos o dobro da execução da Caixa”, exemplificou.

(Brasília/AE)

0 comentários:

Postar um comentário