terça-feira, 12 de junho de 2012

Protestos do 'Grito da Terra Pará' continuam hoje


O Grito da Terra Pará acontece todos os anos, mas sempre foi na capital. “Esse ano, resolvemos fazer alguns protestos simultâneos, fazíamos em Belém, mas não tinha mais o efeito que queríamos. Hoje estamos lutando para negociar com o governo estadual”, afirmou Alexandre Menezes, coordenador da mobilização que interditou ontem (11) o trevo de Moju. Segundo ele, a pauta de negociação com o governo é grande.
“Uma comissão de negociação está tentando se reunir com o Estado para avaliar o que pode ser feito. Dependendo disso nossas manifestações continuam ou não”, garante. De acordo com o coordenador,  enquanto o comando tentar marcar uma hora com o governo, as manifestações continuam. "Vamos para Belém e continuaremos amanhã (hoje) nosso protesto em frente ao Incra”.

Na manhã de ontem, um engarrafamento começou a se formar às 7h30. Logo cedo, o trevo de Moju na PA-252 foi interditado, criando uma quilométrica fila de veículos. A interdição faz parte da mobilização “Grito da Terra Pará”, organizado pela Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Pará (Fetagri) e Central Única dos Trabalhadores (CUT). Ainda pela manhã, outras ações do movimento interditaram a BR-316, próximo ao trevo de Santa Maria do Pará. Após três horas e meia de protestos e negociações, as pistas foram liberadas. Ainda assim, segundo os ativistas, o Grito continua hoje na capital paraense.
A intenção era reunir manifestantes de várias regiões do Pará. No trevo de Moju, moradores dos municípios de Oeiras, Cametá, Baião, Tailândia, Concórdia do Pará e Abaetetuba marcaram presença representando a região do Baixo Tocantins.
Eram faixas e mais faixas clamando pela legalização fundiária. Mas a pauta de reivindicações era muito mais extensa. Cada município trazia suas súplicas, antigas e ainda não atendidas. Um hospital regional, pavimentação de algumas estradas, manutenção de outras, construção de pontes sobre os rios Miri e Meroú, que dão acesso a Cametá e Baião.
A Polícia Rodoviária Estadual, da barreira de Abaetetuba, esteve orientando o trânsito e negociando com os manifestantes. “Vamos liberar o fluxo e avaliar se fechamos a rodovia novamente. Não queremos atrapalhar ninguém, mas nossas reivindicações são justas e só são ouvidas assim”, explica Alexandre.
TRÂNSITO
Em meio ao calor intenso, os motoristas começavam a se estressar. A movimentação seguiu sem maiores confusões. Apenas uma ambulância com paciente em transferência foi autorizada a passar antes da liberação da rodovia. Passageiros de ônibus e vans atravessaram o trecho a pé e trocaram de condução para tentar seguir viagem. “Eu estou indo para Belém, mas vou ficar aqui esperando.
Sou a favor do protesto deles, eles lutam por essas coisas há tempos. A gente tem que ter paciência”, conta o funcionário público Juarez Silveira. Mas a paciência não acometeu a todos. “Isso aqui é uma palhaçada. Vim de Tailândia e preciso levar minha mãe para o hospital em Belém, ela está com febre e ninguém me deixa passar. E ainda tem carro do governo trazendo água para eles. Desde quando os caras fazem protesto contra o governo e recebem o apoio dele?”, questiona Edson Loyola, funcionário público.
EMATER

Em nota enviada à redação, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) informou que “que presta assistência técnica e extensão rural nos 144 municípios paraenses, contando com um universo de cerca de 700 extensionistas. Nas áreas apontadas como conflituosas, como Capitão Poço, Abaetetuba e Moju, a Emater declara que são produtores rurais situados em áreas de assentamento, o que constitui responsabilidade de atendimento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)”.
Ainda de acordo com o documento, a Emater declara “sobre as informações de coeficiente técnico para o atendimento dos agricultores familiares do Estado, que consta no cronograma da instituição a elaboração de edital para realização de concurso público após o período eleitoral deste ano.
(Diário do Pará)

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